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Dia a dia na escola

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Homenagem às mães

quinta-feira, 7 de maio de 2015

OS TRINTA E CINCO CAMELOS - Malba Tahan
Poucas horas havia que viajávamos sem interrupção, quando nos ocorreu uma aventura digna de registro, na qual meu companheiro Beremiz, com grande talento, pôs em prática as suas habilidades de exímio algebrista.
Encontramos, perto de um antigo caravançará meio abandonado, três homens que discutiam acaloradamente ao pé de um lote de camelos. Por entre pragas e impropérios, gritavam possessos, furiosos:
— Não pode ser!
— Isto é um roubo!
— Não aceito!
O inteligente Beremiz procurou informar-se do que se tratava.
— Somos irmãos — esclareceu o mais velho — e recebemos como herança esses 35 camelos. Segundo a vontade expressa de meu pai, devo eu receber a metade, o meu irmão Hamed Namir uma terça parte, e ao Harim, o mais moço, deve tocar apenas a nona parte. Não sabemos, porém, como dividir dessa forma 35 camelos. A cada partilha proposta, segue-se a recusa dos outros dois, pois a metade de 35 é 17 e meio! Como fazer a partilha, se a terça parte e a nona parte de 35 também não são exatas?
— É muito simples — atalhou o “homem que calculava”. — Encarregar-me-ei de fazer com justiça essa divisão, se permitirem que eu junte aos 35 camelos da herança este belo animal, que em boa hora aqui nos trouxe.
Neste ponto, procurei intervir na questão:
— Não posso consentir em semelhante loucura! Como poderíamos concluir a viagem, se ficássemos sem o nosso camelo?
— Não te preocupes com o resultado, ó “bagdali”! — replicou-me, em voz baixa, Beremiz. — Sei muito bem o que estou fazendo. Cede-me o teu camelo e verás, no fim, a que conclusão quero chegar.
Tal foi o tom de segurança com que ele falou, que não tive dúvida em entregar-lhe o meu belo jamal, que imediatamente foi reunido aos 35 ali presentes, para serem repartidos pelos três herdeiros.
— Vou, meus amigos — disse ele, dirigindo-se aos três irmãos — fazer a divisão justa e exata dos camelos, que são agora, como vêem, em número de 36.
E voltando-se para o mais velho dos irmãos, assim falou:
— Deves receber, meu amigo, a metade de 35, isto é, 17 e meio. Receberás a metade de 36, ou seja, 18. Nada tens a reclamar, pois é claro que saíste lucrando com esta divisão.
Dirigindo-se ao segundo herdeiro, continuou:
— E tu, Hamed Namir, devias receber um terço de 35, isto é, 11 e pouco. Vais receber um terço de 36, isto é, 12. Não poderás protestar, pois tu também saíste com visível lucro na transação.
E disse, por fim, ao mais moço:
— E tu, jovem Harim Namir, segundo a vontade de teu pai, devias receber uma nona parte de 35, isto é, 3 e pouco. Vais receber um terço de 36, isto é, 4. O teu lucro foi igualmente notável. Só tens a agradecer-me pelo resultado.
Numa voz pausada e clara, concluiu:
— Pela vantajosa divisão feita entre os irmãos Namir — partilha em que todos os três saíram lucrando — couberam 18 camelos ao primeiro, 12 ao segundo e 4 ao terceiro, o que dá um total de 34 camelos. Dos 36 camelos sobraram, portanto, dois. Um pertence, como sabem, ao “bagdali” meu amigo e companheiro; outro, por direito, a mim, por ter resolvido a contento de todos o complicado problema da herança.
— Sois inteligente, ó estrangeiro! — confessou, com admiração e respeito, o mais velho dos três irmãos.
— Aceitamos a vossa partilha, na certeza de que foi feita com justiça e eqüidade.
E o astucioso Beremiz — o “homem que calculava” — tomou logo posse de um dos mais belos camelos do grupo, e disse-me, entregando-me pela rédea o animal que me pertencia:
— Poderás agora, meu amigo, continuar a viagem no teu camelo manso e seguro. Tenho outro, especialmente para mim.
E continuamos a nossa jornada para Bagdá.

(Malba Tahan, Seleções - Os melhores contos – Conquista, Rio, 1963)

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

quinta-feira, 10 de julho de 2014

 Folclore 



Iara ou Uiara, também referida como “Mãe-d’água”, é uma entidade do folclore brasileiro de uma beleza fascinante. Por ser uma sereia, enfeitiça os homens facilmente por ter a metade superior de seu corpo com formato de uma linda e sedutora mulher. Já a parte inferior do seu corpo em formato de peixe não é muito notada, por estar submersa em água. Assim não há quem resista a sua belíssima face e suas doces canções mágicas.
Seu poder é tão forte que basta convidar os homens para irem à sua direção que eles vão, acreditando vivenciar uma experiência incrível com a encantadora mulher. Porém, as intenções de Iara são malignas e fatais, e o que ela quer na verdade é atraí-los para a morte. São raros os que sobrevivem ao encantamento da sereia e caso retornam não conseguem ter uma vida normal por ficarem loucos. Somente um pajé ou uma benzedeira é capaz de curá-los definitivamente.
Diz a lenda que antes de se tornar uma sereia, Iara era uma belíssima índia trabalhadora e corajosa. Iara se destacava entre os demais, por ser a melhor, e consequentemente despertava a inveja de alguns da tribo, especialmente a de seus irmãos homens, que não se conformavam com tal situação. Seu pai era pajé e a admirava em tudo o que fazia contribuindo ainda mais para a revolta de seus irmãos. Tomados pela inveja e pelo ciúme, os irmãos de Iara decidiram matá-la.
Certa noite, quando Iara repousava em sua cama, ouviu seus irmãos entrando em sua cabana com a intenção de matá-la. Rápida e guerreira, se defendeu e acabou os matando. Percebendo a gravidade da situação e com medo da atitude de seu pai, Iara fugiu desesperadamente pelas matas. O pai de Iara realizou uma busca implacável pela filha. Localizaram-na, e como punição pelo seu ato, foi jogada no encontro do rio Negro com Solimões. Os peixes trouxeram o corpo de Iara à superfície que sob o reflexo da lua cheia transformou-se em uma linda sereia com cabelos longos e olhos verdes.
Desde então Iara permanece nas águas atraindo os homens de maneira irresistível e os matando. Acredita-se que em cada fase da lua, Iara aparece com escamas diferentes e adora deitar-se sobre bancos de areia nos rios para brincar com os peixes. Também de acordo com a lenda, é vista penteando seus longos cabelos com um pente de ouro, mirando-se no espelho das águas.
A lenda da Iara é conhecida em várias regiões brasileiras e existem diversos relatos de pescadores que contam histórias de jovens que cederam aos encantos da tentadora sereia e morreram afogados de paixão.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Iara
http://ifolclore.vilabol.uol.com.br/lendas/gerais/g_iara2.htm
http://www.abrasoffa.org.br/folclore/lendas/iara.htm

Programações  para o 2º semestre.

Feira pedagógica  


Imagens da ultima feira realizada em 2013


II encontro literário


No ano anterior foi realizado com a presença  do escritor paraense Walcir Monteiro

II feira de matemática

 


terça-feira, 8 de julho de 2014

Preparativos para festa Junina 




É o momento onde professores, funcionários e alunos ser reunem  para prepara a festa de encerramento do primeiro semestre.

Apresentações Culturais


A festa promovida pela escola alcançou o esperado, foi um verdadeiro sucesso. Promovendo o encontro e aproximando a escola da comunidade.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Resenha “O desafio de educar na era digital: Educações” de Nelson de Luca Pretto.

O texto proposto para este estudo é “O desafio de educar na era digital: Educações” de Nelson de Luca Pretto.
Educar...
Em seu sentido mais amplo, educar se torna cada vez mais difícil, pois as influências externas (tecnologias) se fazem cada vez mais presentes, influenciando tanto o ser educador quanto o ser educado, seja no âmbito familiar ou escolar. Mas, como expõe Pretto pensar sobre a educação é, simultaneamente, pensar na ciência, na tecnologia, na saúde e, principalmente, na cultura e, tudo isso, de maneira articulada. Então, ambos os envolvidos no processo educacional não podem deixar de se render a estes avanços tecnológicos que acontecem tão rápido quanto a luz.
            Agora como pensar simultaneamente neste amalgama de coisas numa comunidade escolar onde a escola, para muitos, há mais ou menos 6 anos, era o único lugar que tinha energia elétrica? Ou melhor dizendo, a tecnologia mais avançada era a energia e eles não a tinham em suas casas. A televisão é uma realidade de poucos anos. O telefone celular agora é que vem ganhando espaço, mas o sinal ainda é quase inexistente. A rede de internet é nula. Esse espaço social, coletivo proposto pela internet, alguns de nossos alunos só o conhecem para, algumas vezes, acessarem as redes sociais. Essa é a realidade da Escola Epifânio Melo. Porém, “Vivemos em um mundo onde as grandes velocidades e, principalmente, a aceleração com que os aparatos se deslocam, provocam modificações profundas nas nossas formas de pensar e de ser. Movemo-nos em velocidades nunca dantes experimentadas”. (Nelson de Luca Pretto) Isso se confirma quando relacionamos o tempo que a TV demorou para se expandir com a chegada da energia na comunidade onde a escola está localizada ( Santa Tereza – Tracuateua – Pará) e a velocidade que o aparelho celular e internet vem ganhando espaço.
            As multimídias na escola, em sua maioria, fazem-se presente por meio dos projetos federais. Dentre eles estão o TV Escola, nos quais as tele aulas chegam até nós em coleções de DVDs onde encontramos vídeos de diversas temáticas que podem ser utilizadas para repasse de conteúdos com os alunos ou para formação do próprio professor.
            As necessidades de se ter estes produtos na escola vão surgindo de acordo com os avanços tecnológicos.  Que antes parecia tão distante hoje é comum vermos conteúdos sendo ministrados com o auxilio das tele aulas, os filmes assistidos pelos alunos ganharam a projeção de um data show e, o dinamismo vai aumentando e enriquecendo as aulas através das multimídias. Mas, ainda não temos um laboratório de informática e nem estrutura para abraçarmos um se ganharmos do governo. Infelizmente, nossa realidade é essa.
            Isso nos leva a refletir sobre um questionamento feito por Pretto sobre a educação atual “...continuaremos a pensá-la numa perspectiva singular ou deveríamos pensá-la em uma perspectiva plural, em educações?” Considerando a influência, que já citamos no primeiro parágrafo, das tecnologias no âmbito educacional devemos pensar em educações, haja vista que a escola já deixou há muito tempo de ser o único lugar onde o ensino-aprendizagem formal acontece. As tele aulas, as vídeos conferencias, os sites que propõe ensinos gratuitos a distância, dentre outras possibilidades educativas existentes estão aí para nos convencer que a todo momento e em qualquer lugar esta educação formal pode acontecer.
            Sabe-se que a tecnologia está em tudo que tocamos ou vivenciamos hoje em dia, mas o foco do texto de Pretto é a tecnologia digital. E ele faz alusão ainda a nanotecnologia, que é a tecnologia que não se vê. Mesmo não podendo vê-la e nem tocá-la, seu desenvolvimento tem proporcionado grandes avanços na indústria eletrônica, na de materiais, na farmacêuticas e em muitos outros, (Revista Nova Escola, junho de 2014). Essa afirmativa publicada recentemente, nos remete ao que já foi citado e firmado por Pettro que temos que pensar em todas essas mudanças e em todos os setores simultaneamente. Os avanços tecnológicos não estão só nas máquinas ou na ciência, a educação deve estar antenada para esses avanços também. Mas como? Proibindo o uso delas na escola? Não se pode usar o celular na sala de aula! Então, que se crie uma politica onde se faça necessário um planejamento pedagógico voltado para a inclusão das mídias digitais, também.
            No tópico referente às politicas públicas Pettro diz que não deve-se pensar de forma isolada quando o assunto são os avanços tecnológicos, portanto na escola, se queremos estar inseridos nesses avanços digitais, estes devem ser inseridos no Projeto Político Pedagógico da escola, caso contrário será mais uma imposição social dentro de uma instituição pública despreparada. Entretanto, é como lemos no texto de Pettros temos que pensar no caminho e no caminhar, e para que isso tenha êxito na educação faz necessário o planejar
            O planejamento é o “esqueleto” do ano letivo na escola. Se o “esqueleto” não for bem moldado, o ano letivo vai se desestruturar e quem mais vai sentir esta desordem estrutural será o aluno. Mas, e a escola? Será que está estruturada para receber este belo planejamento com as tecnologias digitais inclusas? “Fica muito difícil continuar a pensar na rede escolar com a arquitetura que não favoreça essas novas e necessárias posturas...” quando Pettrus faz essa colocação, não se refere só ao espaço físico, faz alusão a todo corpo técnico pedagógico, professores e alunos da escola.

            Portanto, faz-se necessário uma escola equipada, uma gestão bem informada, um alunado com interesse a aprender, mas também é de suma importância um professor se sentido valorizado por todo esse corpo humano que compõe a escola. O respeito e o valorizar o ser humano diminui as dificuldades enfrentadas, com isso o professor volta a ser aquele mediador que o aluno precisa para vencer na escola o que ele, muita das vezes hoje não tem mais em casa, educação.